Introdução à pesquisa psicológica (A. J. Bachrach)
Bachrach, A. J. (1972). Introdução à pesquisa psicológica. São Paulo: Herder. (Trabalho original publicado em 1965).
Bachrach, A. J. (1975). Introdução à pesquisa psicológica São Paulo: E.P.U. (Trabalho original publicado em 1965).
Título original: Psychological research, An introduction
Tradução: Geraldina Porto Witter.
Um ótimo livro para os iniciantes em pesquisa em psicologia analítico-comportamental.
A tradução é da segunda edição americana de 1965. Logo, o livro foi publicado, nos Estados Unidos, cinco anos após a publicação do livro Clássico de Sidman “Tactics of Scientific Research: evaluating experimental data in Psychology“.
Em alguns pontos eles são bastante semelhantes já que ambos abordam a pesquisa científica de um prisma analítico-comportamental. Todavia, o livro de Bachrach, parece mais sintético, mais teórico e um pouco menos técnico do que o livro de Sidman.
Particularmente, eu recomendaria a leitura desse livro de Bachrach antes da leitura do livro de Sidman. O livro de Bachrach me pareceu mais geral e “introdutório” do que o livro de Sidman. Mas, não se engane, a leitura de um não prescinde a leitura do outro.
A introdução do livro começa com uma frase de impacto para a maioria dos estudantes de Psicologia e para aqueles que ignoram o behaviorismo radical como filosofia da ciência: “Pesquisa não é estatística“. Primorosas são as duas leis informais de Bachrach acerca da pesquisa científica. Sua Primeira Lei diz que “em geral não se faz pesquisa da maneira pelas quais os que escrevem livros sobre pesquisa dizem que elas são feitas“.
Um aviso claro de que o leitor não encontrará no livro um conjunto de regras (do tipo receitas) de como delinear e conduzir um experimento científico. A Segunda Lei de Bachrach diz que “as coisas [em um estudo científico] levam mais tempo do que se supõe“. Essa frase deveria ser repetida e discutida até que fosse MUITO bem compreendida, especialmente por alunos que vão desenvolver um trabalho de conclusão de curso (TCC) ou uma dissertação de Mestrado. (Um aluno de Doutorado que ignore essa Lei, a meu ver, não está apto para receber o título pretendido).
O último parágrafo do livro sintetiza o objetivo geral da obra: “Um dos propósitos deste pequeno livro é, além de introduzir alguma informação sobre metodologia científica, familiarizar o não-cientista com algumas das características do cientista e da vida científica. Não é mais do que uma introdução ao rigor, à flexibilidade, à diversão, à frustração, aos mecanismos e à humanidade da pesquisa” (p. 129).
O ponto negativo do livro refere-se à sua tradução. Li a edição da Editora Herder e consultei, diversas vezes, a Edição da Editora EPU. Não consultei a obra original em língua inglesa, mas isso não era preciso para perceber que a edição da Editora Herder, de 1972, foi muito mal cuidada. Um texto melhor acabado pode ser encontrado na edição da Editora EPU, de 1975.
A tradução não parece ter sido revista, mas o texto passou por revisão antes de ser novamente publicado. Há, na edição da Editora EPU, menos erros de português e de digitação (ortografia). Faço questão de reproduzir um trecho das duas edições para que o leitor possa entender do que estou falando. Primeiramente, o trecho quase indecifrável da edição da Editora Herder: “Nos últimos anos, êste problema considerado como um exercício em armazenamento e recuperação de dados por meio de computadores eletrônicos mas, para leitura cotidiana do cientista médio, um compromisso necessário de ser feito com o ideal de ler tudo” (pp. 120-121). Agora, o mesmo trecho na edição da EPU: “Nos últimos anos, esse problema, considerado como um exercício em armazenamento e recuperação de dados, por meio de computadores eletrônicos, para a leitura cotidiana do cientista médio, tornou-se um compromisso necessário com o ideal de ler tudo” (p. 88).
O livro está fora de catálogo na Editora EPU, mas ambas as edições podem ser encontradas em sebos pelo Brasil. A Editora EPU adquiriu o direito de publicar vários títulos antes pertencentes à Editora Herder (hoje extinta). Prefira, claro, a edição da EPU.
SUMÁRIO
Prefácio da segunda edição
Prefácio da primeira edição
I – Introdução
II – Características e objetivos da ciência
III- Dois métodos fundamentais da pesquisa: teórico formal e teórico informal
IV – O problema da definição
V – O laboratório e o “mundo real”: pesquisa com animais e seres humanos
VI – Considerações éticas na pesquisa
VII – o cientista e a ordem social
Bibliografia
Sugestões para outras leituras
Índice de autores e assuntos
Arthur J. Bachrach recebeu seu Ph.D. da Universidade de Virginia em 1952. Foi Professor Associado do Departamento de Neurologia e Psiquiatria da Universidade de Virginia e, em 1962, tornou-se professor do Departamento de Psicologia da Universidade do Estado do Arizona. Em 1969 ele aceitou o cargo de Diretor do Programa de Estresse Ambiental [Director of the Environmental Stress Program] e um cargo de professor de Psicofisiologia no Instituto de Pesquisa Médico Naval, no Centro Médico Naval, em Bethesda, Maryland, onde permaneceu até 1987. Ele e sua esposa se mudaram para Taos, Novo México e possuem uma livraria chamada “Moby Dickens” (fundada em 1984). Ele se especializou em livros raros e fora de catálogo. Para maiores detalhes da vida do autor consulte seu verbete no Wikipedia (em Inglês).